sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Acessibilidade com Dignidade

Medidas do Governo Federal garantiram maior acessibilidade para deficientes visuais.

Nos supermercados, diversos produtos estão identificados em Braille. Nas farmácias, remédios também estão identificados.
Agora, você já pode solicitar: sua conta de telefone, sua prova de concurso, seu cartão de crédito, o elevador marcado, o sinal sonoro com marcação, o extrato bancário e livros didáticos em Braille.

Podemos dizer que muita coisa melhorou para nós, pessoa com deficiência visual.

Está tudo bem, mas precisamos denunciar a má qualidade dessas adaptações e do uso do Sistema Braille.

Nos supermercados, alguns produtos são escritos sem a letra inicial maiúscula, sem acentuação gráfica, sem sinal de número nas marcações de peso, data de validade e numeração de telefone. Esses mesmos erros acontecem com os remédios e com as contas telefônicas.

Em diversas ocasiões, encontramos nos sinais sonoros, elevadores e placas de identificação, os dizeres afixados de cabeça para baixo, faltando letras e quando não, se referindo a outra coisa diferente daquilo que deveria.

No caso dos livros didáticos, o problema é agravado. Muitas vezes a Grafia Braille para a Língua Portuguesa e as Normas Técnicas para a Produção de Textos em Braille não são respeitadas. Estamos sendo atendidos por um Braille de péssima qualidade.

Você talvez não saiba os motivos, mas nós vamos dizê-los:

O Governo não possui um órgão fiscalizador;
as gráficas que produzem esses materiais não possuem revisores de textos em Braille.
a Comissão Brasileira do Braille mantém-se omissa quanto às irregularidades;
As pessoas cegas não exigem seus direitos;
temos vergonha de lermos o Braille em público e quando percebemos o erro, ficamos calados.

Se mudarmos de postura, além de abrirmos mais chances de emprego para profissionais cegos, seremos mais respeitados. Pense nisso.

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